Quem precisa usar aparelhos auditivos pode se deparar com uma variação grande nos preços. À princípio pode parecer estranho porém, quando se trata de um tratamento com aparelhos auditivos, o serviço pode representar mais de 50% do valor dos produtos. Além de toda a infra-estrutura que um centro auditivo precisa oferecer, a experiência e formação do profissional pode ser um grande diferencial.

Quando pensamos no processo de tratamento com aparelhos auditivos, pensamos em algumas etapas que devem ser seguidas para o seu sucesso: avaliação, seleção, elaboração do plano terapêutico com orientações e condutas além de etapas de verificação ao longo do processo. Para que o usuário de aparelhos auditivos se beneficie ao máximo e tire proveito de todos os recursos disponíveis hoje em dia, é necessário que o profissional demande tempo para a construção de todo o raciocínio clínico. Normalmente, é na primeira consulta que o cliente busca informações sobre preço. E essa primeira consulta normalmente não é cobrada, o que pode gerar uma falsa ideia de que trata-se de uma venda, apenas, de produtos.

E quando falamos em nível de tecnologia, já foi tempo em que um aparelho premium era aquele com conectividade ou sincronização binaural. Hoje, aparelhos premium são aqueles que possuem uma variedade grande de ferramentas de customização para que os ajustes esteja adequados às preferências do usuário e ao seu processamento auditivos além de permitirem uma boa autonomia. Mas todo mundo precisa de um aparelho premium? Não. Porém todos gostariam de tê-lo, já que normalmente está associado a boa qualidade sonora e alto nível de personalização, oferecendo maior conforto.

Então, quando pensamos no processo de seleção, a dica é:

• Selecionar os aspectos que o paciente pode usar. Normalmente pela audiometria e uma avaliação física conseguimos identificar modelo, potência e adaptadores.
  
  
• Dividir, com o paciente, aspectos relacionados aos recursos disponíveis que ele precisa usar. Nesse momento, mostramos os diferentes preços dos aparelhos que contemplam os critérios acima já selecionados e discutimos os benefícios de cada um deles fazendo com que a solução seja escolhida de acordo com o que o cabe no bolso. Normalmente, quanto mais premium são os recursos, mais personalizado fica o aparelho e menos esforço precisará por parte do usuário para entender melhor a fala nas diferentes situações. Nesse caso, menos estratégias precisarão ser criadas para um melhor aproveitamento da amplificação.

Dentro desse cenário, o paciente que resolve fazer o tratamento, possui uma garantia de que o uso de aparelhos auditivos será parte do tratamento e que a etapa de seleção se repete ao longo de todo o processo visto que novas tecnologias e/ou demandas podem surgir ao longo do percurso, fazendo com que, eventualmente, o plano terapêutico tenha que ser ajustado.

Fga. Mônica de Sá Ferreira
CRFa. 8795
Fonoaudióloga com título de Especialista em Audiologia pelo CFFa
Mestre em Fonoaudiologia pela UVA